DE OESTE A LESTE

A área de estudo compreende quatro diferentes sistemas ambientais: Tabuleiro Pré-litorâneo, Planície Litorânea (Terraço Marinho, Dunas Fixas e Faixa de Praia). Nas Dunas fixas da Planície Litorânea encontra-se o assentamento informal do tipo favela, que corresponde a área da Comunidade do Arraial Moura Brasil.

 

Esse tipo de assentamento, se caracteriza geralmente pela ocupação ilegal de áreas públicas ou privadas, com terrenos de dimensões irregulares, formando um cenário urbano de traçado desordenado e de difícil acesso. Por se encontrar em área de dunas fixas, possui baixo suporte para edificações e instalações de serviços básicos, como saneamento básico, que favorece a poluição do solo e dos recursos hídricos. Com a construção de edificações no local, como já são presentes, há a desestabilização das dunas pelo desmatamento da vegetação.

 

O Terraço Marinho e a Faixa de praia da Planície litorânea se caracterizam por áreas com pequeno declive para o mar, apresentando a sua maior parte degradada devido à expansão urbana desordenada, possui alta vulnerabilidade a poluição dos recursos hídricos e é bastante instável em relação a ocupação local, o que pode ser comprovado pelo estado atual de degradação agravado pelos equipamentos instalados, como o Hotel Marina Park e a industria naval.

Sobre o Hotel, Ricardo Alexandre Paiva (2014) , no artigo “Os impactos da "urbanização turística" no litoral de Fortaleza: fragmentação e diferenciação socioespacial. ”, destaca:

 

“com 40.000m², é um dos hotéis mais visados em função da ampla estrutura de lazer e da existência da marina com capacidade de abrigar por volta de 150 embarcações. O hotel por apresentar uma tipologia horizontal ocupa uma grande extensão da faixa de praia, constituindo uma barreira visual considerável. Ainda que esteja excluído da orla, onde há a maior concentração hoteleira, o Marina Park exerce um papel importante nos fluxos turísticos da capital, pois além da quantidade de leitos, abriga uma diversidade de eventos durante todo o ano”

 

O empreendimento, que privatiza parte da faixa de praia, é voltado para o turismo e para as classes mais altas, acaba por degradar ainda mais a área considerada inadequada para o equipamento, e resulta também em uma maior segregação dos espaços, evidenciando os contrastes do local.