
DE OESTE A LESTE
PRAÇA DO CENTRO DRAGÃO DO MAR
Chegando ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, segunda parada do seu quinto dia de turista, Lúcio assustou-se. Sua prima, a qual o recebeu em Fortaleza, havia dito que essa era uma área bastante frequentada durante a noite, com bares e boates em volta e muita música tocando. Ele percebeu que ela havia esquecido de mencionar o deserto que era durante o dia.
As únicas pessoas que ali permaneciam no período diurno eram os pedintes que foram ocupando os bancos e as sombras das árvores da praça. Talvez a surpresa maior de Lúcio fosse pelo desperdício da beleza e da cultura proporcionada pelo local, cuja a valorização estava quase que restrita aos eventos que ocorriam nas redondezas, fazendo com que as pessoas esquecessem da programação oferecida pelo centro cultural.
Para completar a insatisfação e piorar ainda mais as impressões do turista perante o Dragão do Mar durante o dia, logo se aproxima uma senhora e o alerta sobre sua câmera, afirmando que tirar fotos por ali pode ser um tanto quanto perigoso, visto que não há muito policiamento por lá, gerando em Lúcio um sentimento compartilhado por muitos outros que desejam apreciar o local: descaso com o lugar e com quem o admira.