top of page

O POÇO DA DRAGA

Os próximos pontos turísticos a serem visitados estavam entre o Estoril e a estátua de Iracema, porém, um pouco antes, algo despertou a sua atenção. Na Avenida Almirante Tamandaré, ele viu uma abertura entre os altos muros grafitados e então resolveu conferir do que se tratava. Lúcio sentiu que estava atravessando um portal para outro mundo. E, literalmente, era outra realidade. Ele acabara de entrar na comunidade Poço da Draga.


Por conta do que já havia ouvido sobre a violência em Fortaleza, ficou receoso se seria seguro explorar aquele lugar ou não. Contudo, sua curiosidade falou mais alto.
Em busca de informações, resolveu pedir ajuda a algum morador. As pessoas a quem ele se dirigiu, lhe instruíram a falar com Giovani. Bani, como era conhecido, era um senhor que morava no Poço há bastante tempo e que, simpaticamente, se ofereceu para mostrar a comunidade.


Logo na cabeça de Lúcio os estereótipos foram desfeitos e houve uma quebra de paradigma, por conta daquele que deveria provocar uma sensação de insegurança, mas que na verdade se mostrou muito mais acolhedor e seguro do que o próprio Dragão do Mar ali próximo.


Giovani em seu passeio pela comunidade, explicou para o turista que a grande maioria das melhorias encontradas por lá eram resultado da incessante luta da própria população da comunidade. Falou-se muito em falta de pavimentação e a grande distância até alguns serviços básicos.


Lúcio também ficou comovido com a iniciativa de algumas pessoas em busca de melhorar a qualidade de vida dos habitantes, como um professor de capoeira que dedica sua vida a ensinar essa arte marcial e trazer educação para as crianças da comunidade por meio de um simples notebook pertencente a ele.


Após conhecer a comunidade e refletir sobre as dificuldades vencidas com a ajuda do “guia” Bani, Lúcio saiu de lá com um enorme sentimento de gratidão e um olhar renovado sobre Fortaleza.
 

bottom of page