
DE OESTE A LESTE
PRAIA DE IRACEMA - ÁREA RESIDENCIAL
Graças às farras e à prostituição que ocorriam no bairro na década de 40, a elite migrou para os bairros mais a leste. Isso acarretou em uma desvalorização dos imóveis, provocando um vazio no bairro que foi então ocupado por uma população de baixa renda, surgindo assim as favelas do Poço da Draga, Lodinho e Baixa-Pau.
As décadas de 50 e 60 marcaram a frequência de um grupo intelectualizado que trouxe para aquele local a imagem de “reduto poético boêmio”.
(...) a Praia de Iracema passou a ser identificada como um lugar um tanto underground, escolhida, nas décadas de 1950 e 1960, pela “boemia seresteira” e, nas duas décadas seguintes, pela “boemia intelectualizada”, que renovou a “vocação mítica” daquele espaço, transformado no “território livre da Iracema. (Schramm, 2004)
Após 1960 a Praia de Iracema passa a ser vista como berço cultural da cidade. Isso atraiu maiores investimentos imobiliários para o local, e os primeiros edifícios de mais de 10 pavimentos foram construídos, alterando assim a composição arquitetônica local.
A partir de 1990 os governos do estado e da cidade passaram a investir na requalificação dessa área para transformá-la num ponto turístico, construindo então o calçadão e reconstruindo o antigo Estoril.
(...) as intervenções urbanísticas implementadas na Praia de Iracema no inicio dos anos 1990 podem ser percebidas como reformas do espaço urbano feitas “para turista ver”. A aparência da nova arquitetura passou a compor o desenho de uma Fortaleza moderna, aberta a receber novos visitantes, fossem eles turistas ou moradores da cidade. Assim, a representação do “lugar requalificado” ou “enobrecido” estava estampada em áreas urbanizadas e edificações construídas ou reformadas. (Bezerra, 2008)
O bairro passou a ser frequentado pela elite, e surgiram assim novos bares e restaurantes, fazendo também com que o valor imobiliário subisse.
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